"Só há interesse público se houver diversidade de emissores de informação." Lalo Leal - TV Brasil

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Interesse Público & Conteúdo no interior III - Americana parte 1

O IP.Conteúdo apresenta uma série de matérias todas produzidas a partir de um smartphone, onde abordaremos como o interesse público é pautado no jornalismo do interior.
 
Hoje, uma entrevista com o chefe de reportagem do jornal "O Liberal", da cidade de Americana, João Turquiai. Que fala sobre o que é interesse público, comunicação como prestação de serviço e sua opinião sobre o jornalismo na TV atualmente.

 

ip.conteúdo| Interesse Público com você!

Conheça os integrantes desse grupo de estudantes do 8º semestre do curso de Jornalismo da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).

O QUE VOCÊ ACHA DA PROGRAMAÇÃO DA TV BRASILEIRA?

Foto: Ricardo Gonçalves

VOCÊ SABE O QUE É INTERESSE PÚBLICO?


José Arbex Jr no ip.contéudo

O ip.conteúdo entrevistou o jornalista e pesquisar da USP, José Arbex Jr.

"A sociedade alimenta um mito em relação à comunicação, que é como se comunicação fosse sinônimo de democracia" - José Arbex Jr.

O jornalista José Arbex Jr também está aqui no ip.conteúdo! Interesse público com você!


ip.conteúdo "Opinião": Daniele Ricci fala sobre televisão e programação que é exibida no Brasil

Fui questionada sobre o que acho da TV brasileira.
 
Me cansa essa gente que vive reclamando que tudo no Brasil é uma porcaria, incluindo as emissoras. Não tenho muito tempo de ver TV, mas quando vejo, gosto inclusive das propagandas.
 
Respondi que acho a programação de domingo muito fraca, muitos programas ruins de auditório. Mas não acho a TV brasileira ruim, no geral, há programas para pessoas de...
 
todas as idades e em horários bem variados. No humorismo, temos jovens fantasticamente criativos e inteligentes. E admiro a produção da rede Globo, tanto no Jornalismo como nas novelas, minisséries, seriados. Uma das melhores do mundo. Sobre os programas populares, acredito que se agradam, se há um público fiel e se há comentários que influenciam de alguma maneira, não vejo problemas.
 
Acho uma grande bobagem esses intelectualóides que criticam e acham que a solução é culturalizar a TV (e com qual das nossas culturas brasileiras isso deve ser feito?) A gente tende a gostar mais daquilo com o que se identifica, mesmo que seja Casos de Família.
 
Quem tem tempo nesse horário, acaba assistindo pela pluralidade de sentimentos que pode proporcionar: da diversão à revolta, seja verdadeiro ou teatral, é o que acontece na "vida real",por mais inacreditáveis que muitos temas possam parecer. Além do que, o controle está na mão de quem está à frente da TV.
 
Não gosta, mude. Pare de reclamar. Mas esta é a minha opinião

Ação ip.conteúdo na UNIMEP

A ação realizada no último mês pelo ip.conteúdo, também colocou a reportagem que aborda a inserção de um programa privado em uma emissora pública produzida pelos alunos da PUC-SP em um mural da FACOM-Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).

Matéria publicada no jornal "Contraponto":

Parceria privada gera discussões sobre o papel da TV Cultura por Beatriz Pagamisse, Camilla Dourado e Letícia Zivieri

Jornal Contraponto entregue durante ação do ip.conteúdo

#TrocaDeExperiências

TV, PÃO E CIRCO

TV, Pão e Circo é um produção dos alunos Ricardo Gonçalves, Suzana Storolli e Claudia Assencio. EM BREVE mais detalhes desta produção jornalística! por Ricardo Gonçalves.

O ip.conteúdo agradece ao cinegrafista Rober Caprecci pelos relevantes serviços prestados na realização deste trabalho

#bastidores

Jornalista Gabriel Priolli com os integrantes do ip.conteúdo Ricardo Gonçalves e Claudia Assencio

#bastidores

Interesse Público com você!

#bastidores

O ip.conteúdo agradece:

Aos professores Ana Maria Cordenonssi, Paulo Roberto Botão, Belarmino Cesar, Luiz Veloso, Wanderley Garcia, Ana Camilla Negri e Rose Bars que muito contribuíram para a realização deste trabalho de conclusão de curso dos alunos Ricardo Gonçalves, Claudia Assencio, Suzana Carrascosa Storolli, Carla Rossignolli, Arthur Belotto, Tony Corazza, Josiane Joveli e Jackson Rossi.

Lei que obriga TV a exibir conteúdo nacional estimula contratações

Por FELIPE MAIA
FELIPE GUTIERREZ

DE SÃO PAULO

A Lei da TV por Assinatura, que estabelece cotas de produção nacional nos canais, incluindo a obrigatoriedade de produção independente, movimenta o mercado de trabalho nas produtoras.
A nova legislação, que começou a valer em setembro, prevê que os canais de filmes, séries, animações e documentários exibam três horas e 30 minutos por semana, no horário nobre, de conteúdo audiovisual brasileiro.

Lucas Lima/Folhapress
Camila Ferreira, que estudava e trabalhava em Nova York, voltou ao Brasil para aproveitar oportunidades que surgiram após mudança na legislação
 
Camila Ferreira, que estudava e trabalhava em Nova York, voltou ao Brasil para aproveitar oportunidades que surgiram após mudança na legislação
 
A norma estabelece que essas cotas sejam aplicadas de forma gradual, atingindo o máximo no ano que vem, mas já faz com que o volume de trabalho e de vagas aumente. "O número de contratos fechados cresceu. Não são só conversas ou sondagens, de fato estamos fechando mais trabalhos do que nos anos anteriores", destaca Giuliano Cedroni, sócio da produtora Prodigo Films.

Camila Ferreira, 22, resolveu voltar ao Brasil há três meses, depois de quatro anos estudando e trabalhando com produção de programas de TV nos Estados Unidos, por causa da nova legislação. Ela considerou que teria mais oportunidades no mercado nacional do que nas produtoras americanas.

"Achei que era o momento certo para voltar e estou me dando melhor. Tenho mais oportunidades porque há muitos projetos que vão entrar em produção daqui para a frente", conta.
Há dois meses, Ferreira foi contratada como assistente de produção na BossaNovaFilms. "Meu trabalho é desde entrar em contato com a equipe, com o elenco, até montar a ordem do dia e ir para o set dar uma assistência geral."

OS MAIS PROCURADOS

Nesse primeiro momento, a principal procura é por pessoas que desenvolvam projetos de programas e os negociem com exibidores. De acordo com produtoras, a corrida é, principalmente, para encontrar e para formar bons roteiristas, que sejam capazes de atender a demanda.
"Roteirista é o que a gente precisa formar o mais rápido possível. Temos pouca tradição de ficção fora das TVs abertas, que ficam com os profissionais mais experientes. E você não desenvolve bons projetos se não tiver roteiristas qualificados", afirma Clélia Bessa, sócia da Raccord Produções e professora da PUC-Rio.

Luiz Noronha, produtor-executivo da Conspiração, diz que, em 2009, a equipe tinha só dois roteiristas. Hoje são 16 contratados e oito freelancers acionados para projetos especiais. "O cinema é a arte do diretor e a TV é a do roteirista e do produtor."
O problema é que, de acordo com os empresários, o país ainda forma poucas pessoas dessa área: a oferta de cursos especializados é pequena e leva tempo até que as produtoras possam treinar profissionais iniciantes.

"O trabalho de roteirista exige anos até que a pessoa fique afiada", opina Andrea Barata Ribeiro, sócia da O2.

Eduardo Knapp/Folhapress
Guto Figueiredo, formado em administração de empresas, atua como diretor-executivo da produtora Dogs Can Fly
 
Guto Figueiredo, formado em administração de empresas, atua como diretor-executivo da produtora Dogs Can Fly
 
Para os interessados em trabalhar na área, um dos caminhos é investir em cursos livres de pós-graduações, que tendem a ganhar importância.
"Até hoje a educação formal não era tão valorizada, mas, com a profissionalização e o crescimento do mercado, a tendência é que isso mude. Mas a indicação, a experiência e o voluntarismo ainda são importantes", afirma André Mermelstein, professor da pós-graduação em gestão de TV da FAAP.

EXIBIDOS

É aconselhável bater na porta das empresas e mostrar projetos, mesmo que em fase inicial, e também entrar em contato com profissionais que possam analisar o trabalho e fazer indicações.
"Tem que colar em pessoas que já atuam no mercado e mostrar ideias. Não consigo ver outra maneira", opina Edu Tibiriçá, gestor da BossaNovaFilms.

A internet e o barateamento de equipamentos como câmeras digitais facilitam o esforço de se exibir para o mercado. Ulisses Oliveira, 39, o "Molusco", trabalhava com publicidade quando foi descoberto, há um ano, por uma produtora por causa de um vídeo que postou no YouTube, em que conta histórias vestindo máscara mexicana.

"É uma banda de um homem só: faço o roteiro, filmo, atuo e edito", brinca. Ele foi contratado como roteirista e trabalha na criação de séries como "Morando Sozinho", exibida pelo Multishow.
"Meu chefe teve acesso aos vídeos e me chamou para conversar. Eu disse para ele: 'Eu sou publicitário, mas se você me enxerga como roteirista eu encaro''', conta.

Esse crescimento tende a fazer com que os profissionais da área audiovisual focados em outros segmentos -por exemplo publicidade e cinema- sejam atraídos para a televisão independente.
Alexandre Samori, 40, que trabalhava como assistente de câmera e há três anos começou a atuar como diretor de fotografia, está usando esse bom momento para ganhar experiência na função.

"O cinema é concorrido. Para ser diretor de fotografia de um filme, há um percurso a percorrer, então você vai cavando oportunidades e criando laços", diz Samori, que trabalhou em ao menos quatro atrações para a TV neste ano.

Ele atua como freelancer (autônomo), algo muito comum na área, sendo contratado para projetos específicos. "É um mercado bem seletivo, em que, em cada trabalho, você precisa garantir o próximo. As pessoas que não funcionam não vão para a frente", conta.

Cecilia Acioli/Folhapress
Ulisses Oliveira, o "Molusco", foi contratado depois que diretor viu vídeo no YouTube em que Oliveira atua usando máscara mexicana
 
Ulisses Oliveira, o "Molusco", foi contratado depois que diretor viu vídeo no YouTube em que Oliveira atua usando máscara mexicana
Samori destaca que a remuneração nesses trabalhos é 50% menor em relação ao cinema. "A oferta de trabalho aumentou, mas é difícil um bom cachê. Profissionais experientes não topariam fazer projetos que estou fazendo."

Cedroni, da Prodigo Films, afirma que as produtoras recebem "muito pouco" para produzir séries para a TV. "Um episódio de novela da Globo não sai por menos de R$ 250 mil e a tabela do mercado de séries é de R$ 150 mil por capítulo. Mas, agora, depois da lei, os valores começaram a melhorar."
Para Rodrigo Terra, sócio da produtora Sentimental eTal, os salários tendem a aumentar com a maior demanda pela produção de programas. "Nesse momento, o mercado está definindo quanto custam os programas, e os cachês vão acompanhar isso."

GESTOR SENSÍVEL
Além de profissionais que saibam trabalhar com a parte artística das produções, as produtoras vão precisar de pessoas com perfil executivo, que ajudem a fazer com que as produções deem lucro.
"São funções que vão além das atividades de produção: envolvem a preparação de planos de negócio, a negociação com os canais e também o licenciamento de produtos com a marca da atração", afirma Mauro Garcia, diretor-executivo da Abpitv (Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV).

Por isso, é possível trabalhar na área mesmo não sendo formado nas carreiras relacionadas à comunicação e ao setor de audiovisual.

Paulo Schmidt, sócio do Grupo INK, diz que esse tipo de profissional, geralmente, é alguém que tem formação em cursos como administração ou finanças e tem "sensibilidade artística".
Guto Figueiredo, 33, é formado em administração de empresas e atuou por seis anos em uma companhia de cartão de crédito, mas, depois de uma "crise existencial", foi trabalhar em uma produtora, como assistente. Passou por várias funções na área de produção e hoje é diretor-executivo da Dogs Can Fly.

"A produção é a base de tudo. Até para defender um cronograma, um orçamento e o que dá e o que não dá para fazer em um roteiro. Ter esse 'know-how' ajuda a atuar na parte comercial", diz.
Para os donos de produtoras, a tendência é que esse bom momento do mercado de trabalho no setor se mantenha a longo prazo. Os profissionais descartam que o crescimento seja uma bolha.

"O audiovisual cresce ano a ano: primeiro veio o cinema, depois os documentários e, agora, a TV, com essa lei. Já era uma área carente de profissionais. Acredito que esse crescimento seja duradouro", aposta Barata, da O2.

Link: http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/1179645-lei-que-obriga-tv-a-exibir-conteudo-nacional-estimula-contratacoes.shtml

As diferenças na cobertura da violência em SP e no RJ

Por Luis Nassif

Não importa a continuação das negaças; o governo de SP não resistiu à pressão das evidências noticiadas

Janio de Freitas

TÃO PRÓXIMAS e tão opostas. O Rio fazia o máximo de sensacionalismo, inclusive com falsificações, nos seus anos críticos de violência urbana. São Paulo procurou esconder e negou sua presença entre os Estados onde, nos últimos 30 anos, foi ou é mais virulenta a epidemia da criminalidade. O governo paulista persiste no erro, de consequências sempre graves.
É recente a abertura de espaço na imprensa rica de São Paulo para ocorrências criminais e problemas da segurança paulista e, mais ainda, paulistana.

No Rio, o sensacionalismo leviano, e muito infiltrado de objetivos políticos, atrapalhou os esforços intermitentes de ação governamental contra a disseminação da violência, e afundou a cidade e sua imagem em mitologias destrutivas.

Em São Paulo, a longa omissão jornalística, por mera vaidade provinciana, deixou sua contribuição para a insegurança continuada, ou mais do que isso.

A omissão jornalística dos assuntos de dimensão social resulta na omissão das pressões políticas e administrativas implícitas no jornalismo. Não por outro motivo foi sempre tão fácil para o poder político, décadas após décadas, preservar no Brasil as desigualdades sociais em todas as suas muitas formas, sem complacência nem sequer com as mais perversas.

Na atual onda paulista de homicídios, já em setembro o seu número na capital chegou a mais de 102%, ou 144 mortes, acima do havido em setembro do ano passado, com 71 mortes.
O governador Geraldo Alckmin e seu secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, negaram a onda, negaram conexão entre assassinatos, negaram motivação de algum bando.

O secretário chegou a estabelecer em apenas 40 os criminosos integrantes de organização.
Em outubro, na mesma cadência do aumento dos homicídios diários a repetidos picos, governador e secretário negaram-lhes maior anormalidade e algum problema na segurança governamental.

Daí, o governo paulista foi para a desculpa final, aquela a que só resta penetrar no ridículo: o aumento do índice de crimes deve-se à mobilidade das motos e à falta de combate ao crime, pelo governo federal, nas fronteiras. Mas antes da atual onda de homicídios as motos já eram como são, e a situação nas fronteiras já era o que é.

Já não importa a continuação das negaças. O governo não resistiu à pressão das evidências noticiadas.
Admita-o ou não, lançou-se em uma operação em áreas de favelas que desmente todas as suas recusas a ações conectadas na onda de homicídios e, portanto, intencionais por parte de um dos bandos (ou facções, ainda na velha maneira de não admitir que São Paulo tenha bandos).
Cada região assolada pela epidemia de criminalidade requer estratégias e táticas adequadas às condições locais.

O que tem alcançado êxitos no Rio não é, necessariamente, o procedimento a ser aplicado a problemas alheios. Mas um fator adotado no Rio é indispensável a todos: a recusa a subterfúgios, sempre interesseiros ou temerosos, e o reconhecimento franco da realidade. Até porque a população sabe o que a aflige e não cai nas tapeações de governantes.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Conexão com a vida



Por Fabiano Pereira, professor de mídias digitais da Faculdade de Comunicação da Unimep e jornalista da TV USP na unidade de Piracicaba

Semanas atrás, o Facebook, rede social considerada a mais popular da atualidade, alcançou a marca histórica de 01 bilhão de assinantes, ou seja, praticamente 1/7 da população mundial tomando parte nessa imensa “família digital”.

Dias depois, a Revista Época, em matéria de capa, falava do surgimento de clínicas e tratamentos especializados no tratamento de dependentes digitais, pessoas que se deixaram escravizar pela tecnologia e que hoje observam sua vida indo embora ao comprometer trabalho, lazer, saúde física e mental e relacionamentos “reais” pelo fato de não conseguirem mais viver sem estar 24h online. Se perdem o smatphone, surtam. Se a conexão da internet cai, entram em desespero.

Como dizia minha avó, “tudo que é em exagero faz mal, até amor”. Sábias palavras da velhinha.  A tecnologia, que veio para ajudar, automatizando processos e teoricamente deixando mais tempo livre para os prazeres da vida, para muitos se tornou o próprio prazer. Não conseguem mais imaginar a vida sem uma conexão banda larga, sem passar horas e horas a contemplar, e “curtir”, os posts dos outros.  E quando Mark Zuckerberg, criador do Facebook, fala que nós brasileiros “okutizamos” o Facebook, ainda se ofendem.

Um dos grandes desafios nos dias de hoje, frente a essa nova realidade de multiconexões, é conseguir conciliar a vida online com a offline – se é que ainda existem diferenças claras quanto a isso.

Se a proposta inicial era a de automatizar processos por meio da tecnologia, dando ao homem mais tempo para “viver a vida”, parece que algo saiu errado no meio do caminho. Não raras vezes, já tive a oportunidade de, no meio de uma viagem de férias com a família ou amigos, me pegar respondendo e-mails de meu trabalho via smartphone, ou até por meio de um notebook em um quarto de hotel. Normal? Não quando se está de férias do trabalho.

Mas vamos a situações mais corriqueiras: quantas vezes você se pegou produzindo conteúdo relativo à sua vida profissional fora de seu horário de trabalho, à noite, em feriados ou mesmo finais de semana, pelo simples fato de que o que precisava para tal estava ali, ao alcance de suas mãos: um computador ou smartphone, uma conexão de internet e um monte de arquivos de seus projetos profissionais “na nuvem, à disposição para serem acessados, e alterados, a qualquer hora. Comemorou quando conseguiu um novo emprego e lhe ofereceram, entre outras “vantagens”, um notebook e um maravilhoso smartphone ou tablet com conexão ilimitada? Parabéns, a partir daquele momento, você se tornou um escravo de seu trabalho e dos recursos tecnológicos que este lhe proporciona. Estará à disposição a qualquer dia, em qualquer lugar e qualquer hora, pronto para atender uma emergência, apagar um incêndio, fazendo com que a vida passe sem que você perceba que essas urgências tiraram lugar do que realmente é mais importante: sua saúde, física e emocional, seu bem estar, sua vida em família, seus amigos, e até mesmo sua produtividade. Sim, até mesmo isso, pois outro grande desafio dessa era dos superconectados é conciliar o fato de que permanecermos sendo exatamente iguais biologicamente falando: ainda tempo apenas um cérebro, dois olhos e dois ouvidos,  e assim por diante, mas ao nos expormos a uma quantidade tão grande de informação e nos sentirmos na obrigação de acompanhar tudo, o tempo todo, descobrimos que é humanamente impossível, perdemos tempo, qualidade e produtividade, e nos frustramos.

Não falo disso na terceira pessoa porque sou também eu um desses escravos das novas tecnologias. Escrevo para vocês aqui, deitado em minha cama, mais de meia-noite, enquanto tenho janelas abertas de meus perfis nas redes sociais e minha caixa de e-mail.

Para terminar, apenas uma constatação óbvia, mas nem sempre aplicada como convém: a arte de viver está em saber discernir entre o que é importante e o que é urgente, avaliar se a “urgência” realmente se justifica e aprender a deixá-la para depois sempre que possível, em detrimento daquilo que realmente interessa: a manutenção de uma vida de qualidade, em toda a amplitude que essa expressão possa ter. Pense nisso. E regule seu tempo online. Antes que a vida, por si só, resolva seu problema “desconectando-o” permanentemente. Boa noite e bom descanso.